quarta-feira, 23 de março de 2011

Encaminhar é caminhar?



Ha poucos anos era incomum que decisões tomadas por altas hierarquias ou simples questionamentos feitos por bases da cadeia produtiva fossem conhecidas de forma tão vergonhosa.

Nesse tempo, sem a possibilidade de se encaminhar e-mails as reuniões entre supervisão e gerência para tratar de todas as causas relevantes eram a única forma de solucão.

Então o que era decidido em reunião entre gerência e supervisão era por esta última comunicada para seus subordinados. Da mesma forma, reinvidicações e questionamentos eram pela supervisão levados a gerência.

Viamos então que no meio do processo o supervisor ficava como mediador e tinha uma função muito importante que era conseguir acordos entre as partes de forma que tudo continuasse funcionando de uma  forma justa para todos.

Porém, muitas vezes, devido a problemas de difícil solução, o supervisor ficava numa situação ruim com a gerência ou com os subordinados. Mas hoje…hoje acabaram esses problemas.

Quando o supervisor recebe um e-mail com algo que deve ser dito a seus subordinados, no mesmo e exato instante, sem colocar nenhuma palavra a mais e nem a menos, num reflexo para salvar a pele, ele encaminha a seus subordinados e…ufa.

Só que nesse momento ele não consegue enxergar que o email encaminhado tinha sido enviado PARA ELE e NÃO PARA SEUS SUBORDINADOS. Dessa forma, lhe foi confiado uma tarefa, que era comunicar algo a seus subordinados, da qual teve uma postura medíocre e insegura de encaminhar diretamente o e-mail, como se dissesse: Olha, quem disse não foi eu, está vendo?

Será que os subordinados gostam disso? Será que se fosse pra comunicar direto, não seria mais fácil a gerência enviar direto a seus subordinados? Então pra que o supervisor?

Pensamos então na situação oposta, onde um subordinado questiona seu supervisor a respeito de uma bota nova, por exemplo, por e-mail. E tão logo o supervisor recebe o e-mail o que ele faz? Vai lá na gerência e conversa a respeito do assunto para poder dar uma devolutiva, certo?

ERRADO. Ele automáticamente, sem a menor cerimônia e sem alterar uma palavra sequer ou acrescentar uma observação, encaminha o e-mail à gerência. Mais uma vez, se ausenta de responsabilidade e do seu papel de mediador, afinal o e-mail do subordinado foi enviado A ELE E NÃO À GERÊNCIA.

Mas para o supervisor, mais uma vez, aquela sensação prazerosa de ufa! Me livrei de mais uma bucha, ao mesmo tempo que está gritando aos seus gerentes: Olha, quem disse não foi eu, ta vendo?

Mas se fosse para o subordinado enviar diretamente à gerência, não seria mais fácil enviá-lo diretamente? Novamente a pergunta: Pra que serve o supervisor?

O fato importante mesmo não é nem quem envia ou quem deixa de enviar. Se acontece em empresa, família ou entre amigos. O fato é que algumas pessoas não conseguem distinguir o que são e-mail pessoais e o que são as chamadas correntes.

Estas últimas, podem ser encaminhadas a vontade. Piadinhas, notícias importantes de pessoas desaparecidas, etc. Mas qualquer outro e-mail pode ser encaminhado?

Essa discussão é relevante do ponto de vista da confiânça daquele que envia o e-mail. Algumas pessoas já deixam de solicitar as coisas via e-mail por conta desse jogo de responsabilidades, onde, aquele que recebe o e-mail deveria solucionar o problema encaminha e joga a responsabilidade diretamente para o outro.

Vamos saber como trabalhar com e-mails que com isso evitaremos problemas e desconfianças além se  sermos tidos como pessoas responsáveis.