terça-feira, 27 de abril de 2010

Na política.

 58bcdb906b82e235ee47ace944cfe6cb

Certa vez fui convidado a fazer parte de um partido político. Bons tempos de universidade, para fazer parte de uma ideologia nova, de cabeças pensantes, cérebros inquietos e corações jovens com disposição para mudar.

Aceitei, de pronto, e me enfiei num mundo o qual jamais imaginei estaria presente. E toda aquela vontade de fazer diferente, de insistir e lutar bravamente pela mudança, pelo novo que chega pra renovar e agregar valor a vida diária, foram tomandos cada vez mais conta de minhas atitudes e pensamentos.

Aos poucos, fui ganhando espaço, ganhando espaço, ganhando espaço. Discutindo ideologias e idéias cada vez mais significantes e não percebi o quanto a política começou a fazer parte do meu dia.

Comia, respirava, bebia, enfim, enchia-me de política, sem perceber o quanto isso começava a afetar minha vida. O quanto meu assunto mudou para apenas um, e nada mais. Nada de novos amigos, família, jornal, carnaval, feriado.

Foram anos a fio trabalhando intensamente na formação de um mundo melhor. Anos que me custaram muitas horas de sono, de risadas, de amor, de fé, de tudo.

E agora, olho pra traz e vejo, que talvez a melhor coisa que eu teria feito na vida, teria sido abandonar a política. Não digo pelos meus cabelos, talvez eles sejam a parte menos importante.

Mas não teria passado pelas frustrações de estar num mundo-cão. Cão que morde, não ladra. Que carrega espadas, espinhos, pedras e mãos de pilão. Tudo isso machuca, magoa, irrita.

Talvez algumas obras e projetos elaborados por mim tenham dado certo. Muitos não. Caíram na mão de empreiteras acostumadas ao ato falho corrigido por outros atos falhos.

Mas mesmo essas obras tiveram por início a boa fé de alguém que queria mudanças. Que propôs, mas que foi engolido, assim como muitos outros, pela máquina pública. Pela lei do retrocesso. Para muitos, retroceder é a melhor forma de acabar com os sonhos dos outros.

E todo aquele trabalho, escrito, pensado, debatido, testado…tudo é jogado ao alto. Rasgamos as atas, as pastas, os arquivos. Queimamos tudo. Tudo.

Mas fazer o quê? Isso é política…acaba tudo em pizza…ou miojo??

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Educação

Já não vivemos mais numa época de “sonhos” na educação. Vivemos em uma era de “trabalho”. E trabalho duro, difícil, porém, quando bem organizado e orientado, gratificante.

Mas o que muitos não percebem é que a educação nos dias de hoje deve estar mais ligada a razão do que ao coração. Senão cairemos nos erros passados de obras de caridade.

Precisamos entender que o processo de educação tem a sua parte afetiva sim, mas que ela exige, acima de tudo, uma postura ética e profissional de todos aqueles que estão diretamente ligados a ela.

É preciso ter disposição para dialogar a respeito de erros e acertos sem milindres. Essa pedagogia tradicional e antiquada para o mundo moderno, que insiste em permanecer junto as “pedabobas” que não conseguem enxergar essas mudanças, já encontra resistencia enorme de todos aqueles que querem a mudança.

E não é uma mudança de aula. Estou falando aqui de uma quebra de paradigma. Porque a orientação até hoje é a orientação de pegar o aluno pelo emocional, etc, etc, etc…

Mas vamos para a nossa realidade de mundo. Será que é só esse emocional? Esse tipo de relação não é perigosa? Formam-se vínculos que terão de ser quebrados em pouco tempo e como fica a estrutura do aluno na continuidade do processo?

O aluno se identificar com o professor é completamente aceitável. Mas daí o professor se tornar parte da bagagem emocional do aluno i n t e n c i o n a l m e n t e, já é uma história mais complicada.

Então porque não pensar um sistema de educação que trabalhe com objetivos mais concretos e espectativas mais racionais? Porque fugir disso? Até quando questões como essa estarão fora das discussões cotidianas do mundo da educação? Tudo o que é exagero, estraga, faz mal.

Então, penso eu, que já exageramos demais na questão de pegar o aluno pelo emocional. O fato é que estamos nos esquecendo de mostrar aos alunos qual a verdadeira função do conhecimento. Estamos esquecendo de ensinar a ler e escrever, pesquisar, questionar.

Porque nos intruem o tempo todo a pensar nesse aluno como um ser que tem problemas emocionais, probemas de estrutura familiar, etc..

E ai deixamos de discutir a prática de ensino para ficar prestando atenção nessas questões. E todos os dias elas voltam. E pra mim é muito claro que não é só isso. Que na educação precisammos ir muito além de todo esse bla bla bla.

Outra coisa que precisamos acabar é com o senado dentro das instituições. Enquanto não percebermos que o senado chegou onde chegou por conta de decisões incorretas, e que essas decisões acabam com a educação, de nada adianta propor mudanças ao corpo discente.

Enquanto continuarmos correndo atras de padrinhos pra justificar nossos erros e não admitirmos que os temos. Tudo aquilo que falarmos para os nossos alunos será mentira, porque não faz parte de nós.

Tudo isso que escrevi, na verdade, posso representar em uma única palavrinha, que está realmente faltando na educação nos dias de hoje:

RESPEITO.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Chuva

image

Volta a chover em São Paulo.

Chuva fina, leve, apenas para uma limpeza superficial. Com ela vem um certo friozinho que gela a alma.

Que vontade de permanecer embaixo das cobertas. Sonhando. Parece que sonhei algo bom, porque a sensação de paz, no despertar, foi imensa.

Ha tempos que eu preciso dessa sensação, desse sono.

Obrigado Deus!